O popular pão francês não pode faltar na casa dos nordestinos. Se chamado de carioquinha, como no Ceará; pão jacó, como em Sergipe; ou massa grossa, no Piauí; não muito interessa, o importante é que o pãozinho venha crocante, quentinho e saboroso. Não é à toa que a região conta com nada menos que 16.704 padarias distribuídas nos nove estados.
Isso só é possível graças àquele que é responsável por cada pão que chega à mesa: a figura popular e indispensável dos padeiros. São eles os grandes homenageados da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria – ABIP em dezembro. Assista ao vídeo da campanha. “Os padeiros são a verdadeira força motriz da indústria de panificação e confeitaria. Estamos muito felizes de reconhecer e homenagear esses profissionais dos quais nos orgulhamos profundamente”, afirma José Batista de Oliveira, presidente da ABIP.
Em um cenário no qual a venda de produtos de fabricação própria se torna cada vez mais importante para as padarias, a relevância de um bom padeiro é ainda maior. Em 2018, esse tipo de vendas cresceu 5,87% em relação ao ano anterior. “A produção de fabricação própria vem sendo cada vez mais o ponto de apoio das padarias, com participação crescente no faturamento. Assim, contar com um bom padeiro é vital e indispensável para os negócios”, reforça Batista.
A profissão que alimenta também faz girar a economia. Embora não haja dados específicos sobre o número de padeiros no país, estima-se que o setor gere 920 mil empregos diretos e 1,8 milhões de vagas indiretas nas 70 mil padarias e confeitarias registradas no Brasil. Segundo o último levantamento oficial, de 2017, cada padaria mantém, em média, 12 profissionais (área de produção e loja) contratados para atender as demandas diárias dos clientes que chegam em busca dos produtos fresquinhos.
É justamente pensando na satisfação dos fregueses que Marcos Gugel se dedica desde os 16 anos à profissão de padeiro. Com o privilégio de ter herdado o costume da produção artesanal de pão da sua família, Gugel se distingue por ter, desde novo, se empenhado nos pães de fermentação prolongada. Hoje no seu próprio comércio, o Campo Fertile Padaria Gourmet, em Recife, o padeiro se realiza na produção e no empreendedorismo. “Acredito muito em missão. Sempre foi e ainda é o meu serviço para a sociedade oferecer o pão. É algo que vem comigo desde criança, me encantou e não quero mais ficar sem produzir meus pães”, declarou. Em novembro, Gugel foi premiado como Melhor Padeiro do Ano em toda a América Latina pela Confederação Interamericana da Indústria do Pão – CIPAN. Marcos Gugel foi ao Uruguai receber a homenagem.
Marcos Gugel recebe premiação CIPAN 2019
E ele não é muito diferente de outros padeiros nordestinos, que estão mostrando dedicação especial à profissão. Leôncio Ferreira, que, como Gugel, começou jovem, aos 17 anos, hoje já contabiliza 13 anos como padeiro. Conseguiu entrar na padaria como embalador, mas sempre soube que era na produção o seu lugar. Atualmente na Panificadora Pão Na Massa, em Fortaleza, não parou de procurar aprimoramento. “Tem quem se engana achando que ser padeiro é uma profissão rotineira, automática. Pelo contrário, todo dia eu aprendo novidades, todo dia é diferente produzindo pães e estou sempre atrás de melhorar o meu serviço. O pão é um alimento sagrado, está na mesa de todo mundo, isso sempre me encantou”.